A
Importância do Louvor e
Adoração
no Contexto Atual
INTRODUÇÃO
Há muitas maneiras de contar uma
mentira. Algumas pessoas, que se orgulham de jamais falar falsidades, ficariam
impressionadas se começassem a enumerar as mentiras que cantam constantemente
aos domingos na Igreja. Se vamos falar de louvor e adoração, precisamos falar
do que cantamos em nossas Igrejas.
Há um
tempo atrás, li o artigo de um escritor desconhecido que escreveu:
“Cantamos:
‘Bendita hora de oração’ (CC 148) e nos contentamos com somente 10 a 15 minutos
de intercessão, todos os dias. Cantamos: ‘Vamos nós trabalhar, somos servos de
Deus’ (CC 422), mas esperamos para sermos arrastados e convocados ao serviço de
Deus. Unimo-nos na canção: ‘Ah, se eu tivesses mil vozes’ (HCC 407) e nem
sequer usamos a única língua que temos para a sua glória. Cantamos: ‘Chuvas de
bênçãos teremos (CC 168) entusiasmadíssimos em pleno tempo de seca e sol, mas
quando o Senhor envia literalmente alguns pingos de chuvas, achamos que é impossível
ir à Igreja porque está chovendo. Nós cantamos: ‘Benditos laços são, os do
fraterno amor’ (CC 379) e deixamos que a menor ofensa rompa estes laços
preciosos. Cantamos: ‘No serviço do meu Rei eu sou feliz’ (CC 402) e em seguida
nos queixamos constantemente sobre tudo o que temos que fazer”.
Lembre-se
que mentiras são mentiras, sejam elas faladas ou cantadas. Na próxima vez que
você abrir um hinário ou cantar pequenos cânticos, certifique-se realmente de
que você quer praticar as palavras que saem da sua boca. Não minta ao cantar
(Pv 12.13-22). Por isso, hoje nos reunimos para iniciar uma “capacitação” em forma de Estudo
Coletivo, para aprendermos juntos sobre o que é o louvor e a adoração. É
importante defini-los para melhor compreensão da real função do ser humano:
louvar ao Senhor (Sl 150.1-6). A regra do homem natural é: “Conseguir o máximo possível” na vida secular. A regra do homem
espiritual deveria ser: “Dar o máximo
possível para o Senhor”. E no reino espiritual, teremos para sempre somente
aquilo que entregamos. Não podemos esquecer que Jesus deu tudo de si. Ele é o
nosso exemplo. Você pode estar altamente qualificado para servir o nosso Senhor
Jesus de maneira significativa, e por causa do seu treinamento e dons, segundo
grau, bacharelado, pós-graduação, doutorado, pós-doutorado, muitos cursos
extras, você tenha potencial para fazer um maravilhoso e eficiente trabalho
espiritual. Mesmo assim, a Bíblia afirma que seremos “servos inúteis” para o
Senhor que nos deu o exemplo de serviço e humildade, embora sendo Deus e digno
de toda a honra, Ele “...não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt
20.28). Se deseja se tornar grande diante dos olhos do Senhor, precisa aprender
a servir.
Num
treinamento, um jovem com doutorado e profundamente indignado por estar lavando
sanitários, questionou a Gandhi: “Tenho um
doutorado. Sou capaz de fazer grandes coisas. Por que você me faz perder tempo
e talentos, limpando vasos sanitários?”. E Gandhi respondeu: “Sei de sua capacidade de fazer grandes
coisas, mas ainda preciso descobrir sua capacidade de fazer pequenas coisas”.
O discipulado obediente envolve mais do que o conhecimento adquirido; depende
de um chamado vocacional.
Nas horas
de estudo-aprendizagem desta capacitação, quando estaremos compartilhando, convido
você a preenchê-las com serviço, adoração e trabalho para o Mestre. Se esse for
o nosso último dia (quem sabe!?), em vez de desperdiçá-lo sonhando com vida
longa, riquezas e as ‘coisas loucas do mundo’, vamos ocupá-lo produzindo frutos
abundantes para a vida espiritual e sendo uma benção uns para os outros, pois a
única vida que é digna de ser vivida (seja longa ou breve) é aquela investida
no serviço do Senhor e que traz bênçãos aos outros.
Somos Levitas?
Muitas vezes os ministros de louvor e músicos
evangélicos são chamados de “levitas”.
Tal costume não é muito antigo, mas parece que já está se tornando tradição. No
Novo Testamento não temos referência a ministros de louvor nem a
instrumentistas na igreja. Jesus disse que o Pai procura adoradores (João
4.24). O ensino apostólico, por sua vez, incentiva todos os cristãos a
prestarem culto ao Senhor, com salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef
5.18-20; Cl 3.16).
De onde então vem o conceito de “levita”? Tomamos por empréstimo de
Israel e do Velho Testamento. Originalmente, “levita” significa descendente de Levi, que era um dos 12 filhos de
Jacó. Os levitas começaram a se destacar entre as 12 tribos de Israel por
ocasião do episódio do bezerro de ouro. Quando Moisés desceu do monte e viu o
povo entregue à idolatria, encheu-se de ira e cobrou um posicionamento dos
israelitas. Naquele momento, os descendentes de Levi se manifestaram para
servirem somente ao Senhor (Êx 32.26). Daí em diante, os levitas se tornaram
ministros de Deus. Dentre eles, alguns eram sacerdotes (família de Aarão) e os
outros, seus auxiliares. Embora os sacerdotes fossem levitas, tornou-se
habitual separar os dois grupos. Então, muitas das vezes em que se fala sobre
os levitas no Velho Testamento, a referência se aplica aos ajudantes dos
sacerdotes. Seu serviço era cuidar do tabernáculo e de seus utensílios,
inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto (Nm 3; 4; 8;
18).
Naquele tempo, os levitas não eram responsáveis
pela música no tabernáculo. Afinal, não havia uma parte musical no culto
estabelecido pela lei de Moisés, embora as orações e sacrifícios incluíssem o
sentido de louvor, adoração e ações de graças.
Muito tempo depois, Davi inseriu a música como
parte integrante do culto. Afinal, ele era músico e compositor desde a sua
juventude (1Sm 16.23). Então, atribuiu a alguns levitas a responsabilidade
musical. Em 1Crônicas (9.14-33; 23.1-32; 25.1-7), vemos diversas atribuições
dos levitas. Havia então entre eles porteiros, guardas, padeiros e também
cantores e instrumentistas (2Crônicas 5.13; 34.12).
Considerando o paralelo existente entre Israel e
a igreja de Jesus Cristo, podemos até utilizar o nome “levita”, embora não sejamos descendentes de Levi. Mas, se queremos
assim considerar, então todos os que servem em qualquer ministério podem ser
chamados “levitas”. O levita é aquele
que executa qualquer serviço ligado ao culto. O levita é simplesmente um servo
e não alguém que esteja na igreja para ser alvo da glória humana.
Aqueles levitas, designados por Davi para o
louvor, eram liderados por Asafe, Hemã e Jedutum, e tinham a tarefa de profetizar com harpas, alaúdes e
saltérios (1Crônicas 25.1). Nessa época, surgiu a maior parte dos salmos de
Israel. Hoje, podemos testificar que aqueles levitas eram mesmo profetas.
Através deles o Espírito Santo falava ao povo. Além disso, eram mestres no que
realizavam (1Cr 25.7). E nós? O que somos? Se queremos usar o nome de
"levitas" precisamos nos dispor para o serviço e para caminhar em
direção a um nível de qualidade excelente no ministério.
Música
Arte =) expressão dos sentimentos, da alma do artista. Parte do
cotidiano de toda a natureza e também do ser humano.
Abrangência =) única arte totalmente universal na sua interpretação;
irrestrita; não possui barreiras; não necessita que se fixe a atenção na
música.
Relação com o ser humano:
- Na visão secular =) emoção x melodia / mente x harmonia / corpo x ritmo
- Numa visão cristã =) espírito x melodia / alma x harmonia / corpo x ritmo
Aspectos terapêuticos, musicoterapia =) utilizada no tratamento de
diversas doenças na medicina (como tratamento alternativo ou auxiliar) e na
psicologia. A música desenvolve raciocínio lógico e matemático, sociabilidade,
criatividade, linguagem, sensibilidade, o emocional e a capacidade cerebral.
Raciocínio espacial e coordenação motora também aparecem ligados ao aprendizado
de instrumentos musicais.
Diferença entre louvor e adoração
(dicionário):
- Louvor =) elogio, exaltação,
glorificação, aplauso, aprovação.
- Adoração =) amor extremo,
excessivo; render culto a Deus.
Louva-se fisicamente: Sl 145:21
Adora-se espiritualmente: Jo 4:23-24
LOUVOR
A palavra
louvor aparece aproximadamente 131
vezes na Bíblia. No dicionário de Aurélio encontramos a seguinte definição: Do
arc. Loor loar, “louvar”: “Elogio, gabo,
encômio, glorificação, exaltação”. Mas, de acordo com a Bíblia, o louvor
está associado com a ideia de agradecimento,
valorização, glorificação, exaltação, por aquilo que Deus fez (faz, fará)
em nossa vida ou na dos outros (Sl 145.4; Sl 147.12-13; Is 25.01; Lc 19.37), ou
seja, nós louvamos a Deus por Suas obras, bênçãos, curas, livramentos, perdão,
graça, amor, misericórdia, cuidado, etc. O louvor está sempre associado a uma
ação de Deus. Deus age, agiu, agirá e seu povo o louva (agradece, exalta,
elogia, etc.).
Contudo,
o motivo principal do louvor é a salvação em Cristo. Nosso louvor é
centralizado em Cristo. Nossas canções são centralizadas em Cristo, sobre Ele e
para Ele. Jesus é a razão do nosso louvor. Um aluno de música define o louvor
como: “uma forma de demonstrarmos nossos
sentimentos para com Deus; é como uma oração, se cantada de todo o coração e,
também através dele demonstramos nosso estado emocional”.
Entendemos que o louvor tem que ser feito “com
toda sinceridade, de todo o coração, com todas as forças seja na alegria ou na
tristeza”, e não precisa ser uma música. O andar, falar, pensar, vestir, as
ações, o testemunho, tudo em nós deve ser um louvor ao Senhor, pois, tudo foi
feito para glória de Seu nome (Ap 4.11; Fl 4.8).
O testemunho como louvor – 2Rs 4.8-37
Lemos que
Elizeu andava e dava testemunho de Deus por onde passava e, sua vida louvava de
maneira especial o nosso Deus. Quando nosso testemunho é louvor a Deus todos
reconhecem a sua santidade.
Nossas ofertas como louvor – Mc 12.41-44
Nesta
passagem várias pessoas entregam ao Senhor suas ofertas, mas nenhuma delas o
fez como deveria ser feito, o louvor tem que ser de coração desprendido das
coisas materiais e pensando apenas nos céus.
A música como louvor
Vivemos
em tempos onde se tem uma carga de “louvores”. Mas será que são realmente
louvores ao Todo-poderoso? Cada dia mais grupos, conjuntos, comunidades, duplas
e muitos outros cantores estão surgindo. Pessoas famosas que se “convertem a
Cristo e tentam fazer sucesso com músicas voltadas para o povo de Deus”. Mas um
conselho bíblico não somente sobre louvor, mas também em todas as áreas das
nossas vidas, 1Co 6.12; 10.23; 2Co 10.18, devemos analisar cuidadosamente os
louvores que colocamos em nossos conjuntos para louvarmos ao Deus Todo-poderoso.
Observar o exemplo em Gn 4.4-7 (Caim) e o rei Belsazar nos tempos do profeta
Daniel (Dn 5.1-31). Deus não se deixa escarnecer. Devemos louvar ao Senhor como
as criancinhas porque delas sai o perfeito louvor (Mt 21.16).
A Natureza Divina da Música
A música tem sua origem em Deus:
- A música durante a criação
- Jó 38:4-7.
- Sobre Lúcifer, ministro da
adoração no céu – Ez 28:13.
- Primeiras referências
bíblicas sobre instrumentos musicais (na humanidade) – Gn 4:21,22.
- A Bíblia traz exemplos de
cânticos do Pentateuco ao Apocalipse.
Quem pode louvar? Sl 150:6; Sl 148
A quem se pode louvar? 2Co 10:18
A quem se pode adorar? Mt 4:8-11
A quem se deve adorar? Mt 4:9; Hb 1:6; Lc 1:46-55; Ap 19:10
O Poder do Louvor e da Adoração
A música e a dança têm, por si e em si mesmas, um grande poder. Mas há
um segredo especial no louvor e na adoração: Deus habita no meio dos
louvores (Sl 22:3).
O louvor e a adoração:
- Quebra cadeias – At
16:25,26 (Paulo e Silas)
- Tira angústia – Is 61:3
- Liberta – 1Sm 16:14-17,
23
- É profético – 1Cr 25:1
- Traz vitória na guerra
– 2Cr 20:20-22
Como Deve Ser o Louvor e a Adoração?
- Em espírito e em verdade
– Jo 4:23-25
- De todo o coração – Sl
9:1-2
- Por meio de Jesus, como
sacrifício – Hb 13:15
- Com cânticos espirituais –
Ef 5:18-21; Cl 3:16
- Com arte, novidade e com
júbilo – Sl 33:1-3; Lc 24:52,53
- Com entendimento – 1Co
14:15
- Em santidade, com oferendas
– 1Cr 16:29 (a oferta é uma forma de adoração)
- Como forma de agradecimento
– 2Cr 20:28,29; Sl 147
- Em todo tempo – Sl
145:1-4; 1Cr 25 (24 horas de adoração profética no templo pelos
levitas)
Prostrar-se, ajoelhar-se, como símbolo de submissão, respeito e
rendição. Apenas o ato de prostrar-se já é adoração. Referências: Ex 4:31, 34:8; 2Cr
7:3; Sl 95:6, Sl 66:4 (toda a Terra); Ne 8:6; Mt 28:9; 1Co 14:25.
Porque
Devemos Louvar ao Senhor?
=) Porque
fomos criados para adorar a Deus (Pv 27.21)
=) O
louvor pertence a Deus (Is 42.8; 43.21)
=) É
obrigação de todo homem pensar somente no louvor (Fp 4.8)
ADORAÇÃO
Já que agora definimos o que é louvor, podemos estudar o que realmente é
adoração. O dicionário Aurélio define como: “(Do
lat. ADORARE): Render culto à (divindade), reverenciar, venerar, amar
extremosamente, cultuar, prestar culto de adoração”.
Enquanto louvar é render graças por tudo que Deus faz em nossa vida, adorar é
bendizer ao Senhor por tudo que Ele é sem olhar os seus feitos, bênçãos
derramadas, pela sua grandeza, seu poder, simplesmente porque Ele é Deus.
A
definição para adoração, segundo a Bíblia, dá o sentido básico de “serviço”. As palavras BHÔDHÂ (hebraico)
e LATREIA (grego) nos dão essa definição. Adorar a Deus, leva a adoração a seis
limites extremos, pois a verdadeira adoração cristã nos conclama a declarar a
superioridade absoluta de Deus. Um dos episódios de adoração mais claros
presentes na Bíblia é registrado em Ap 5.11-12, em que João vê uma cena que
descreve a adoração eterna de Cristo no céu.
Resumindo:
adoração é um mistério.
Vejamos o
que diz o professor de teologia e cultura do Wheaton College, autoridade do
movimento de renovação da adoração na América do Norte. “Adoração é um encontro pessoal com Deus na qual glorificamos e
cantamos ao Senhor por Sua pessoa (...). Adoramos a Deus simplesmente porque
Ele é Deus” (Robert E. Webber).
Adoração Segundo a Bíblia
A Bíblia
é regra de fé para nós cristãos. Então, devemos buscar nela todas as respostas
para a adoração. A adoração exige pessoas específicas para estarem á frente
desse trabalho, pessoas consagradas, vocacionadas e separadas, que estejam
cientes do que realmente é adorar ao Senhor (1Co 23.26).
O maior livro de adoração que temos em nossa Bíblia é o livro de Salmos: poesia
hebraica musicada, que cantam sobre:
=) Os
poderosos feitos de Deus (Sl 78, 105, 106);
=) A
realeza de Deus (Sl 93, 95, 97, 99);
=) A
criação de Deus (Sl 8, 19, 33);
=) Louvor
e ações de graças (Sl 30, 100, 103);
=) Confiança
(Sl 23, 27, 46);
=) Sabedoria
(Sl 1, 41, 49);
=) Lamento
e tristeza (Sl 42, 43, 69, 80) e
=) Os
reis de Israel (Sl 2, 45, 72).
Mas, para se adorar ao Senhor deve-se estar com a vida totalmente no altar. Por
esse motivo, muitas das vezes Deus, através dos profetas, exortou o seu povo
para que fizesse um concerto com o Senhor para, assim, prestar adoração a Ele. Leiamos
Is 1.11-17 e Am 5.21-24 onde encontramos exemplos que Deus dá uma lição de como
devemos estar quando o adoremos e, ainda em Jo 4.24 confirmamos estas verdades.
Formas de Adoração
Veremos
agora algumas formas de adoração ao grande Deus:
=)
Através da oração (At 2.42)
=)
Através do canto (Cl 3.16)
=)
Através da leitura, pregação e ensino das Escrituras (1Tm 4.13)
=)
Através das ofertas (1Co16.2)
=)
Através da celebração da Eucaristia (Ceia do Senhor) (1Co11.17-34)
Podemos ainda destacar com base no que vimos acima cinco pontos importantes:
1. O
propósito da adoração era, é, e sempre será, glorificar ao Deus Pai, ao Filho e
ao Espírito Santo. Em outras palavras celebra a Deus a dignidade suprema do Criador
na pessoa bendita de Jesus Cristo.
2. Todas as manifestações de adoração, tem como centro a Jesus Cristo.
3. Toda adoração é inspirada pelo Espírito Santo. O parakletos (conselheiro, advogado, aquele que veio para ajudar) – João
14.16,26.
4. O
resultado da adoração era a edificação da Igreja, o povo de Deus (At 2.42; Ef 5.19).
A adoração é um alimento que nutre a comunhão dos cristãos.
5. A participação da comunidade é fundamental na adoração. Todo o povo de Deus
sempre foi admoestado a cantar, orar, falar uns com os outros e tomar parte na Eucaristia
(Ceia do Senhor). Portanto, todos que vinham adorar participavam ativamente.
Então, fica óbvio que a adoração deve ser prioridade não só para o “Grupo de
Louvor” mas para toda a Igreja. O Espírito sempre nos chamou para adoração não
importando a admoestação (Sl 100.4; Hb 10.25).
SOBRE O MINISTÉRIO DE LOUVOR
Os
ministérios de louvor das Igrejas, com certeza são muito visados na Igreja.
Além do diabo, que utiliza vários tipos de estratégia para anular o papel do
ministério de louvor, eles também são visados por muitos membros da Igreja, que
gostariam de estar à frente participando, o que é perfeitamente aceitável e
sadio. O problema é que a maioria dos crentes não entende a amplitude e
responsabilidade de ser um ministro de louvor, e a seriedade das atribuições de
quem tem este título.
Em
primeiro lugar, o ministro de louvor
deve ser humilde. Jamais devemos nos esquecer de que somos servos, com
funções muito importantes para o reino de Deus, mas somos servos, e como
servos, não devemos, e nem podemos agir como senhores, nem nos achar superiores
aos demais irmãos. Em Filipenses 2:3 isso fica muito claro: “Nada façais por
contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros
superiores a si mesmo”. Não consigo assimilar a ideia de um ministro de louvor
soberbo ou altivo, pois tal comportamento demonstra falta de conhecimento de
princípios bíblicos básicos como humildade. A soberba, talvez seja o motivo de
existirem tantos músicos frustrados e/ou mau sucedidos no meio evangélico.
O ministro de louvor
é um obreiro,
e como tal, deve ser aprovado. “Procura apresentar-te diante de Deus aprovado,
como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade (2 Timóteo 2:15)”. Muitos têm brincado com Deus, estamos no tempo da
graça sim, mas o nosso Deus não mudou quando o assunto é pecado. Ficamos
assustados com o número de pessoas que, se dizendo ministros de louvor, cometem
os mais variados tipos de pecados, e o que é pior, permitem que suas mentes se
cauterizem e já não se dão conta do risco que correm subindo ao altar do Senhor
em pecado. Devemos ser exemplos dentro e fora da congregação, para que ninguém
tenha nada que nos desabone, e que tenhamos livre acesso às pessoas, para
ensiná-las e orientá-las acerca da palavra do Senhor. Devemos procurar
participar das atividades da Igreja como cultos oficiais, EBDs, dos grupos
específicos (jovens, adolescentes e de casais) auxiliando em tudo que se fizer
necessário.
O ministro de louvor
deve estar sujeito à autoridade. “Toda alma esteja sujeita às autoridades
superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem
foram ordenadas por Deus (Romanos 13:1)”. O princípio da autoridade
vem de Deus, e não pode ser ignorado. É comum em nosso meio pessoas que
resistem, desrespeitam ou simplesmente ignoram seus líderes ou pastores.
Questionar ou descordar de ideias ou posicionamentos de seu líder não é pecado,
desde que seja feito com respeito, e à luz da Palavra de Deus, pois Deus nos
deu inteligência para analisarmos as situações para que não aceitemos nada que
esteja fora da sua Palavra. Só que isso não nos dá o direito de nos rebelar
contra nossos líderes, de desrespeitá-los, dirigir palavras ríspidas a eles. Em
1Samuel 15:23 diz que o pecado de rebeldia é como pecado de feitiçaria. Devemos
ter muito cuidado no trato com os nossos líderes e autoridades, para que não
nos enquadremos no conteúdo deste versículo.
Valorize o seu
ministério.
“Mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a
minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus. (Atos 20:24)”. Paulo nos mostra neste versículo
qual o real valor do ministério que Deus nos deu. Não é difícil encontrar
ministros de louvor, “parados” em
nossas Igrejas, decepcionados ou chateados com alguém ou alguma situação que
tenha ferido seu coração, desagradado algum interesse pessoal ou por qualquer
outro motivo. O diabo sempre tentará acabar com nosso ministério, e usa muitas
armas sujas para atingir seus objetivos criando situações que causam desanimo,
desentendimentos e consequentemente a ruína do ministério. Temos que ser fortes,
corajosos e constantes na fé, pois Deus nos confiou algo muito precioso e
certamente nos cobrará os frutos.
E,
por último, e não menos importante, seguir
as regras de seus respectivos grupos ou ministérios. Me pergunto sobre qual
justificativa os membros de ministérios de louvor quebram regras com tanta
facilidade. Podemos citar exemplos comuns como atrasar-se para os ensaios,
cultos, reuniões e compromissos em geral, ou levar para casa instrumentos ou
utensílios da Igreja sem a devida autorização. Por que não chegamos atrasados
em nosso trabalho ou levamos para casa objetos da empresa sem a autorização da
nossa chefia imediata? Devemos agir na obra do Senhor com o mesmo zelo que
agimos em compromissos seculares, como nosso emprego. As regras existem para
organização do grupo, para que o caos não se instale com cada um fazendo o que
bem entende. Ao contrário do que dizem no mundo secular, regras são feitas para
serem seguidas, e caso não consigamos, devemos comunicar ao nosso líder as
nossas dificuldades e tentar chegar a um consenso respeitando sempre sua
palavra final.
REGRAS PARA SER UM BOM MINISTRO DE CRISTO
Segundo o respeitado compositor e músico Asaph Borba, e seguindo orientação bíblica do texto de 1Timóteo
4:6-16, para poder ministrar como
bom ministro de Cristo você precisa seguir 10 regras:
1. Alimenta-te bem – v.6
a) Com as palavras da fé
b) Com a boa doutrina
2. Rejeita as fábulas – v.7
a) Tudo que não tem base sólida na palavra
b) Tudo que não tem fundamento na verdade
3. Exercita-te – v.7
Na piedade – amor, bondade, misericórdia, socorro, suprimento, chorar
com os que choram, ofertar, etc...
4. Colocar a esperança no Deus Vivo – v.10
Total dependência de Deus
5. Torna-te padrão dos fiéis – v.12
a) Na palavra – sim, sim; não, não
b) No procedimento
c) No amor – Cl 3.14
d) Na fé
e) Na pureza
6. Aplica-te – esforçar-se ao máximo – v.13
a) Na leitura – aprendizado das Escrituras
b) Na exortação – animar, incentivar, corrigir e ordenar
c) No ensino
7. Não te faças negligente com o teu dom – v.14
a) Não menospreze teu chamado
b) Valorize tua separação pela imposição de mãos
c) Prospere o teu dom
8. Sê diligente para que teu progresso seja manifesto – v.15
Diligência revela maturidade
a) Objetividade – focalização
b) Seriedade com as coisas de Deus
c) Reverência
d) Remir o tempo – utilizar bem o tempo
9. Tem cuidado de ti mesmo – v.16
a) Cuidar do corpo para ter boa saúde – 1Co 3:16 – Templos do
espírito
b) Cuidar da alma – Fl 4:8
10. Persevera – v.16
a) Continuidade
b) Vencer as adversidades
c) Prospera em qualquer circunstância
CONCLUSÃO
Às vezes nos cansamos em nosso
trabalho na Igreja e queremos desistir, mas podemos ficar firmes se
compreendermos que estamos trabalhando para o nosso Senhor e sendo vistos
somente por Ele (Efésios 6.7). Ele é um padrão que vê e conhece todas as nossas
ações, e valoriza o que fazemos e o motivo de o fazermos. Saber que Deus se
importa com o nosso trabalho dá sentido a todos os nossos atos, mesmo aqueles
que ninguém vê ou elogia.
A maioria
de nós não parece ser alguém de muita influência ou muito conhecido. Não temos
dons especiais, nem riqueza ou posição para ter grande influência na sociedade.
Os nossos nomes não aparecem nos jornais, e não são mencionados na televisão.
Podemos pensar que tudo o que nos resta fazer é praticar a nossa fé na rotina
monótona do cotidiano. Mas, talvez, sem nos darmos conta, estamos influenciando
os que nos cercam, através de nossas atitudes à semelhança de Cristo.
Michelangelo
estava pintando num canto da Capela Sistina, quando um de seus ajudantes lhe
perguntou por que dava tanta atenção a uma parte do teto, que ninguém iria
nota. Ele respondeu: “Deus verá”.
Portanto, não nos preocupemos pela aparente falta de influência. Em vez disso,
façamos o que Jesus mandou: “Assim brilhe
também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).
A Igreja
do Senhor está na terra com duas finalidades distintas: louvar – adorando ao
Senhor, e pregar o evangelho – até que Ele venha, quando, então, não haverão
mais estudos, orações, pedidos a serem feitos, nem haverá morte, dor, tristeza,
e os únicos ministérios a permanecerem serão o de louvor e adoração (Ap 19.5-7).
Aprendemos que desde os dias do Antigo Testamento, que a harpa tem sido
um instrumento de adoração. Muitas vezes, os Salmos eram cantados por coros de
sacerdotes e pela congregação, acompanhados de harpa. As taças de ouro, à
semelhança de uma pequena tigela, cheias de incenso, exalavam um aroma que
agradava a Deus. O incenso representava a oração – as orações dos santos que se
elevavam ao Senhor.
Os cânticos e a oração são partes integrantes da experiência de adoração
dos cristãos, no âmbito individual e público. Os dois frequentemente estão
interligados, nas Escrituras. Talvez tenhamos uma voz arranhada ou cantemos
desafinados, mas através do cântico e da oração podemos expressar a nossa
adoração ao Deus Todo-poderoso.
Agora que aprendemos um pouco mais sobre louvor e adoração, sugiro a
leitura de 1Cr 16:7-36, um dos mais belos cânticos de adoração da Bíblia: o
“Salmo de Gratidão, de Davi”.
Como está o seu tempo a sós com Deus e a sua adoração pública? Você tem
problemas ao ler a Bíblia? Permita que a “harpa
e a taça estejam incluídas” – adorando ao Senhor com cânticos e oração.
Precisamos considerar, com seriedade, o que é ter uma missão no Reino de Deus.
Por essa razão, as palavras de Pedro aos seguidores de Cristo do primeiro
século, são tão importantes para nós hoje (1Pe 4:7-19). Também devemos viver
como se “...o fim de todas as coisas está
próximo...” (v.7), compreendendo que haveremos de prestar contas a Deus
(vv.17-19) e que, a qualquer segundo, a morte pode terminar com a nossa
existência terrena.
Você está preparado para esse momento? Você vê esta possibilidade com
certeza e confiança, sabendo que o fim aqui vai significar um novo e glorioso
começo lá? Você é líder? Em casa, no trabalho, na Igreja? Deus permite que
líderes caiam de seus pedestais. Falhas, indecisões e poucas realizações os
conduzem à humilde compreensão de sua própria incapacidade, e podem permitir
que as seguidores percam as suas ilusões e
intensa dependência nesses líderes. Este é um bom lembrete de que todos
nós – líderes e seguidores – caminhamos por esta vida com “pés de barro”. Enfim, a bondade de Deus é a única coisa boa em
cada um de nós. Por essa razão precisamos reconhecer que “...a nossa suficiência vem de Deus” (2Co 3.5).
Mantenha-se próximo a Deus. Cuide de sua comunhão com o Senhor. Faça seu
momento de culto pessoal. Leia e medite na Palavra. Dê-lhe a glória e a honra
devida ao Seu nome. Obedeça à Sua palavra. Adore-o em espírito e em verdade (Jo
4.24). Todo nosso serviço para Cristo é, de alguma forma, afetado pelas
tendências pecaminosas que permanecem em nós.
Faça um novo começo todos os dias e separe um tempo para confessar os
seus pecados, admita a sua fraqueza e peça a força de Deus para fazer a Sua
vontade. Ao experimentar a dependência da graça e da força do Senhor, você
saberá em seguida o que significa a vitória. Se a sua fé está em Cristo, o
Salvador vitorioso sobre a morte, então você será vitorioso em Cristo Jesus. Não
se arrisque a perder as bênçãos de Deus.
Viva uma vida de verdadeira adoração a Ele, pois você é um embaixador de
Cristo (2Co 5.20).
LITANIA DE COMPROMISSO
Renovemos o Compromisso com a Missão
Ministro: Jesus disse: “Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a todas as criaturas e fazei discípulos de todas as nações,
ensinando-os a obedecer tudo o que tenho ordenado”.
Todos: Cremos que somos chamados à missão
por Deus em Cristo.
Ministro: Jesus disse: “Vocês são testemunhas destas coisas
e eu enviarei sobre vocês o que meu Pai prometeu: o poder que vem do alto; e
saibam que estou com vocês até o fim”.
Todos: Cremos que Deus nos enche de poder e
nos protege.
Ministro: Jesus disse: “Tenham paz. Assim como
o Pai me enviou, eu também envio a todos vocês”.
Todos: Cremos que a missão a que somos
enviados é a missão de Cristo.
Ministro: Jesus disse: “Meu mandamento é esse: que vocês
amem uns aos outros como tenho amado a todos vocês. O maior amor que alguém
pode ter é o de dar a sua própria vida por seus amigos. Vocês não me
escolheram, eu escolhi a todos vocês”.
Todos: Cremos que o Espírito do Senhor está
sobre nós; que nos consagrou para levar as boas novas aos pobres; que nos envia
a sarar as pessoas quebrantadas de coração, a anunciar liberdade às
prisioneiras, oprimidas, a proclamar o ano aceitável do Senhor! Amém.
Ministro: Te encomendamos, Senhor, os olhos
desta Assembleia,
Todos: Para que no próximo vejamos o próprio
Cristo.
Ministro: Te encomendamos, Senhor, os ouvidos
desta Assembleia,
Todos: Para que escutemos tua voz nos
necessitados.
Ministro: Te encomendamos, Senhor, as mãos
desta Assembleia,
Todos: Para que sejam fontes inesgotáveis de
amor e de vida plena.
Ministro: Te encomendamos, Senhor, os pés desta
Assembleia,
Todos: Para que sigamos sempre as pegadas do
nosso Mestre.
Ministro: Te encomendamos, Senhor, os lábios
desta Assembleia,
Todos: Para que proclamemos a toda criatura
a mensagem de salvação. Te encomendamos, Senhor, este Corpo, esta Igreja, da
qual somos parte, para que possamos dar testemunho vivo da presença de Cristo
em nosso meio. Hoje e sempre. Amém.
(Fonte: Semana Wesleyana de 1993– Culto de
Encerramento – FATEO – Igreja Metodista) – LOCb – p.619
Oramos:
Senhor Deus: agradecemos-te por nos teres chamado a fazer parte da
comunidade dos que confiam em Cristo e procuram obedecer à sua vontade; que o
teu Espírito guie e fortaleça todos os cristãos na missão e no serviço ao
mundo, não como pessoas desconhecidas e indiferentes entre si, mas como
companheiros e amigos que se amparam na mesma peregrinação a caminho do teu
Reino. Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém (LOCb, p.256).
Créditos de Pesquisa:
Site de Itamar
Lopes, Músico e Cooperador.
Hinário: Cantor Cristão
Hinário: Para o Culto Cristão
Livro de Oração Comum Brasileiro. Litania de
Compromisso, p.619.
Dinâmicas,
Hinos e Cânticos para atividades de fixação de aprendizagem retiradas de livros
próprios.